Nas cumeadas da serra
os carabineiros dormem
a guardar as brancas torres
onde vivem os ingleses.
E os gitanos aquáticos
erguem-se para distrair-se
latadas de caracóis
e ramas de pinho verde.
Em lua de pergaminho
tocando vem Preciosa.
Ao vê-la, se levantou
o vento que nunca dorme.
E São Cristóvão despido,
cheio de línguas celestes,
mira a menina tocando
uma doce gaita ausente.
Manian deixa que eu erga
teu vestido para ver-te.
Abre em meus dedos antigos
a rosa azul de teu ventre.
Preciosa atira o pandeiro
e corre sem se deter.
O vento-homão a persegue
com uma espada ardente.
...
Federico Garcia Lorca
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