Os meus calcanhares erguiam-se, os meus dedos dos pés escutavam, para te compreender; pois o dançarino, afinal, tem o ouvido nos dedos dos pés! Saltei em direcção a ti, mas tu fugiste, recuando perante o meu salto, e a língua do teu cabelo fuginte, esvoaçante, estendeu-se para mim.
Saltei para longe de ti e das tuas serpentes, mas aí estavas tu já, meio voltada, com os olhos cheios de desejo.
Com olhares tortuosos, ensinas-me caminhos tortuosos; por caminhos tortuosos, o meu pé aprende... insídias.
Friedrich Nietzsche
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